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VIOLA DE LUTO:

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MORREU O POETA JOÃO FURIBA

Morreu de causas naturais, aos cem anos, nesta quinta-feira, 31, em Cajazeiras, onde estava internado em um hospital da cidade, o poeta repentista João Bernardo, mais conhecido como João Furiba. Faria 101 anos em julho.

João Furiba nasceu em Taquaritinga do Norte-PE e viveu boa parte da vida em Sumé, no Cariri Paraibano. Ultimamente vivia com a terceira esposa na cidade de Triunfo-PB.

Foi discípulo de Pinto do Monteiro, com quem viajou por mais de 15 anos e faz parte da galeria dos maiores repentistas do Brasil, brilhando na mesma constelação onde brilham Geraldo Amâncio, Ivanildo Vila Nova, Os Batistas, Os Bandeiras, Moacir Laurentino, Valdir Teles, Oliveira de Panelas e Sebastião da Silva. “João Furiba e Louro Branco foram os cantadores que mais fizeram a plateia sorrir com seus versos jocosos e suas mentiras engraçadas”, disse Jomaci Danta, o Lola, poeta e organizador de festivais de repente pela Paraíba afora.

No ano passado, quando completou cem anos, ele recebeu diversas homenagens. O empresário João Claudino, seu compadre e grande apreciador e incentivador da viola, esteve presente nas homenagens.

Há cerca de 16 anos João Furiba aposentou a viola, não se apresentava mais, mas seu nome continua vivo na memória dos apreciadores do repente e suas “tiradas” continuam sendo reprisadas e lembradas nos festivais. “Furiba era uma lenda viva da viola, um ícone da cultura nordestina, tinha raciocínio rápido e era dotado de um humor peculiar. Cantoria em que ele estivesse presente era garantia de muitas risadas”, finalizou Lola.

Wandecy Medeiros | Folha Patoense – folhapatoense@gmail.com

FURIBA NAMORADOR

O poeta Geraldo Amâncio me contou que viajava certa vez pelos sertões pernambucanos, na companhia de JOÃO FURIBA, quando uma morena escultural subiu no ônibus conduzindo uma mala bastante pesada.
Furiba, velho namorador, correu ao seu encontro e pegou logo a dita mala, que pesava uns trinta quilos ou mais. Indicou uma cadeira, do lado janela, onde a moça se acomodou e ele, de  imediato, sentou ao lado dela, na cadeira do corredor.
Aí haja conversa... Furiba não cansava o par de queixos, tentando puxar assunto com a mulher que olhava distraída pela janela do ônibus, sem responder nada e sem lhe dar a mínima atenção.
Quando desceram em Salgueiro, para o almoço, Geraldo provocou o companheiro:
— Eita Furiba véi namorador!
E o Furiba:
— Poeta, a mulher só tem imagem... Não tem som!
Por conta disso escrevi esta glosa no dia de sua morte:

Eu não conheci FURIBA
Cantando pessoalmente
Guardo um relato decente
De GERALDO e de CAPIBA
Geikio Amâncio, não proíba,
Eu vou dizer, sim senhor
Além de bom cantador
Grande poeta, inspirado
FURIBA era festejado
Como um “véi” NAMORADOR.
(Arievaldo Vianna)

FURIBA X PINTO DO MONTEIRO

O poeta César Barreto, em sua página no facebook, informou o seguinte:
A morte do grande cantador pernambucano JOÃO FURIBA (João Batista Bernardo) na quinta feira passada (lamentável ainda que ele tenha vivido seus 100 anos), me fez lembrar uma estória que ele contou no programa Violas no Vale (Rádio Vale, Limoeiro do Norte), do qual eu participava com Valdir Teles e Zé Cardoso. Furiba gostava de aperrear o juízo do Pinto do Monteiro só pra atiçar a "cascavel do repente". E aí dava nisso:


Clique na imagem para ampliar.




CENTENÁRIO DO REI DO RITMO

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Jackson do Pandeiro a caminho dos 100 anos

Quem visita Alagoa Grande, situada na região do brejo paraibano, Serra da Borborema, não pode deixar de visitar um casarão azul construído em 1898, na Rua Apolônio Zenaide, centro da cidade. No prédio está a memória e os restos mortais de um dos artistas mais representativos da cultura brasileira: José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro.


O Memorial Jackson do Pandeiro, criado em 2008, possui um grande acervo composto por discos, documentos, vestimentas, imagens e os indefectíveis chapéus usados pelo cantor, que nasceu em 31 de agosto de 1919 e morreu em Brasília, em 10 de julho de 1982.
 “O memorial já foi visitado por mais de 100 mil pessoas vindas de várias partes do país. “Foi um artista que nunca cantava duas vezes uma música da mesma maneira, sabia dividir os compassos da música nordestina com maestria”, afirma o jornalista e historiador da música brasileira Rodrigo Faour, curador da recém-lançada caixa Jackson do Pandeiro — O Rei do Ritmo (Universal Music).

 “Há anos, eu queria relançar esse repertório. Quando a Universal veio com essa ideia, eu, na mesma hora, vesti a camisa e revisei o levantamento que eu já tinha feito. Pedi ajuda a alguns amigos e cheguei à seleção final”, destaca Faour sobre a obra com clássicos como Chiclete com banana e O canto da ema.

Em entrevista, o pesquisador lista os empecilhos que teve de enfrentar para a composição da caixa que contém 235 músicas. Ao todo, são 15 discos agrupados em nove CDs. Esses álbuns (compactos e long plays) foram lançados originalmente nos anos 1960 e 1970.
 “Esbarrei com um monte de problemas: canções não editadas, autores falecidos, autores que não deixaram herdeiros oficiais, capas originais dificílimas de conseguir... Por isso demorou anos e anos para a caixa sair”, lamenta.



Fonte: http://www.neyvital.com.br/2016/08/31-de-agosto-jackson-do-pandeiro.html

SAIU NO "ESTADÃO"

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Em domínio público, obra de Monteiro Lobato

não deve ser reescrita

Reescrever qualquer parte da obra de Lobato seria 

como fechar o abraço do Cristo Redentor


J. Roberto Whitaker Penteado*, Especial para o Estado

O escritor brasileiro José Bento Monteiro Lobato faleceu em 1948. Decorrem, assim, neste ano, 70 anos de sua partida do mundo dos vivos e - de acordo com a nossa legislação sobre direitos autorais - toda a sua obra passa a ser de alguma coisa chamada “domínio publico”.




Ilustração da personagem Tia Nastácia, protagonista 
de algumas polêmicas sobre Monteiro Lobato

Não é a primeira – e certamente não será a última vez que isso acontece. As obras de muitos outros autores brasileiros e estrangeiros já passaram por isso, e vêm à memoria, rapidamente, nomes como Machado de Assis, Mario de Andrade, José de Alencar, Euclides da Cunha, John Steinbeck, Scott Fitzgerald, Mark Twain, Robert L. Stevenson, Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Fernando Pessoa, Emile Zola, Maupassant, Stefan Zweig, Kafka, Tolstoi, entre muitos outros...
Só que parece estar ocorrendo, com o nosso Lobato – considerado, com todo mérito, como um dos mais importantes autores de literatura infantil em todo o mundo – um fenômeno bastante inusitado: de acordo com diversas matérias e entrevistas recentemente publicadas pela nossa imprensa, anuncia-se que os seus textos deverão passar por verdadeiras e concretas correções, alegadamente para que se tornem palatáveis às gerações atuais e futuras de jovens leitores. Ou, em outras e mais claras palavras: serão alterados para tornarem-se politicamente corretos...
E não se trata - como se poderia pensar inicialmente - de uma adaptação ou extensão das narrativas ou dos conhecidos personagens do Sítio do Picapau Amarelo, para histórias em quadrinhos, peças de teatro, programas de televisão ou desenhos animados. Isso já vem ocorrendo, há bastante tempo, em todo o mundo - e os especialistas em Lobato concordam que essas "liberdades" não prejudicaram o legado cultural do autor. Em certos casos, até contribuiram para que as suas criaturas e as obras fossem mais difundidas, recomendadas nas escolas e lidas por um contingente maior de pequenos leitores.


Ilustração: NINO

O que me incomoda é que se fala - e se discute publicamente com desembaraço - em modificar ou cortar ou modificar, no texto original, todas as passagens que possam ser consideradas "racistas", como, por exemplo, as frequentes malcriações da boneca Emília com a sua “fazedora”, a negra, filha de escravos, Tia Nastácia. A Tia quase que aparece em pessoa, turbante e avental, como personagem do famoso filme E o Vento Levou (1939), na figura de Mammy, a empregada da mansão dos O'Hara, que valeu à atriz Hattie McDaniel o primeiro Oscar outorgado a uma pessoa de raça Negra... ou "afro-americana".

Narizinho, ou Lucia - a menina do nariz arrebitado (talvez deficiente física, por isso?) - é criticada por aparecer, (nas inesqueciveis ilustrações de Voltolino, Belmonte e J. U. Campos), segundo os críticos, "como uma inglezinha" - quando Lobato (argumentam) a teria descrito como de pele negra, ao escrever que se rosto tinha a cor do jambo...


Ilustração de Jô Oliveira


Já o garoto Pedrinho, para esses novos críticos, é considerado como um personagem sem graça, de segunda classe, "porque Lobato não gostava de meninos" (sic). Pode-se argumentar que o autor quis reviver, na figura de Pedrinho, sua convivência, na infância, com duas irmãs, Ester e Judite...

De fato, Pedrinho é dos poucos personagens masculinos do Sítio. Mas, longe de ser o que se chama hoje de “machista”, Lobato foi precursor do atual feminismo, ao entregar a liderança do Sítio à avó sábia, Dona Benta, que tudo administrava com Nastácia. A inegável estrela da obra é também feminina: a boneca Emilia, “feita” de panos e trapos pela boa Tia e através de quem ML exprimia as idéias criativas e iconoclastas do seu próprio alter ego. São do gênero masculino, contudo, dois nobres: o Visconde de Sabugosa e o Marquês de Rabicó; sem esquecer o sempre ponderado burro Conselheiro e o fortudo Quindim, o rinoceronte.

Certamente espero que a entrada em domínio público das obras deste grande brasileiro, multifacetado que foi: escritor, jornalista, pintor, empreendedor, diplomata, crítico de arte, editor, publicista e agitador (no bom sentido, de causas geralmente nobres, como o desenvolvimento das nossas produções de ferro e petróleo) venha a resultar em muitas novas edições de suas obras, tanto a literatura infantil como as de ficção, os ensaios, entrevistas, ensaios e palestras – e uma maior difiusão de suas ideias, muitas das quais anda de grande atualidade para o Brasil e os brasileiros, nos momentos difíceis que vivemos.

Mas sem censurar ou mexer em uma vírgula sequer dos mais de 50 livros e quase 100 traduções que publicou, entre 1914 e 1948. Reescrever qualquer parte da obra de Lobato seria como reformar Brasilia, transformar a Asa Branca em Asa Negra ou fechar o abraço do Cristo Redentor.

*É AUTOR DE 'OS FILHOS DE LOBATO' (ED. GLOBO)

SAIU NO DN

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Capa do Caderno VERSO, do DN




Patativa, xilogravura de Arievaldo Vianna

Patativa do Assaré:
110 anos de palavra viva

Por Melquíades Júnior

Há 110 anos nascia Antônio Gonçalves da Silva, poeta magistral sertanejo que, na forma de Patativa, versou as verdades dos muitos brasis de universal Nordeste. Respeitado por sua genialidade, faz menos falta do que devia, pois sua palavra é viva


A casa onde nasceu Patativa, na Serra de Santana, traz relíquias da história do poeta
Foto: Melquíades Júnior
"Vão na frente que eu vou atrás. Levando as traia". Era o fim da meia-jornada. O agricultor brocou cedo a terra. Saiu cedinho, quando o sol entrou. Belinha coou o café pra viagem do marido com os filhos até o pedaço de roça. Quem vive no sertão brabo de enxada na mão não tem tempo de sentar. A depender do destino, o chão batido vira mesa, cama e até altar, envolto pelo roçado. Sertão só sabe quem vive. Chover é dúvida. Certeza, só na fé. Planta sem saber.
Mas perto da hora do almoço junta tudo, todos, e vai embora.
Inês é encucada:
- Pai toda vida só vai atrás da gente, sozinho. Num quer ir junto, diz, olhando pra trás e vendo o silêncio.
Em menos de meia-légua de pisada no chão da Serra de Santana, Antônio, atrás, parece que voa. Tá ali, mas não tá.
No fim de tarde, todo mundo bota as cadeiras pra fora. A calçada dá justo pro sol, que vai embora. Ele desce e os mosquitos sobem. Mas quem vive no sertão não tem casca fina.


Ilustração: Arievaldo Vianna


Encadeando palavras
Antônio convoca atenção e diz uns dizeres falados como se estivesse cantando. Uma frase atrás da outra. Uma palavra que combina com outra duas frases depois. Eram versos e rimas. "As corra mair linda".
Nesse tempo, o pai já soltava poesia, só não sabia de onde vinha, mas o dia dela saber chegaria.
"Eu nasci ouvindo cantos/ Das aves de minha terra/ E vendo os lindos encantos/ Que a mata bonita encerra/ Foi ali que fui crescendo/ Fui lendo e fui aprendendo/ No livro da Natureza/ Onde Deus é mais visível. O coração mais sensível/ E a vida tem mais pureza".
- De onde pai tira tudo isso?
- É Deus que manda.
Foi daí que Inês percebeu: o pai andava atrás pra ter tempo com o divino. Devia sussurrar no seu ouvido, soprando palavras de semente. No tempo de chegar em casa, crescia e dava fruto. Essa era uma colheita certa.
Desce do céu, sobe a serra
Deus visitando onde quase ninguém vai. Um pedacinho da Serra de Santana, prima pobre, comprida e alta de Assaré. Nunca se lembram dela, a não ser em tempo de eleição. A vantagem, dizem os de lá, é que no outro tempo é menos gente perturbando.
Hoje, o desassossego é outro e bom: "mei mundo de gente vem aqui conhecer onde pai nasceu", diz Inês Batista. Pai é Antônio. E se antes, quem quisesse saber dele, perguntava por Senhorzinho, hoje em dia é só Patativa. Patativa do Assaré.
Se ele já tinha um tempo com Deus, sua morte foi reencontro. Não antes de ver a fama. Primeiro, a de perto, nas andanças pelo Cariri. Depois, bem longe.
Rodou pelas bandas do Norte, conheceu outros Nordestes. Mas foi a radiofonia sua internet. Ouvidos eram atentos à sua passagem pela Rádio Araripe, no Crato. José Arraes era um. Homem importante dos lados de Pernambuco, irmão de Miguel Arraes, este que virou governador daquele Estado. Atento às pelejas sertanejas, criou em sua gestão dois programas para o homem do campo: Vaca na Corda, para financiar gado, e o Chapéu de Palha, pra ajudar o agricultor na entressafra.
Pois foi Zé, irmão de Miguel, um dos grandes financiadores ao primeiro livro do poeta: Inspiração Nordestina (1956), aos 47 anos. Dali já corria mais longe o canto sertanejo. Luiz Gonzaga ouviu no rádio Patativa com João Alexandre, outro artista popular. Queria comprar aquela letra e foi ter com autor, mas o poeta não é de vender.
"Triste Partida" ganhou o mundo na voz do "Rei do Baião". Era retrato do sertanejo retirante nordestino. Viajantes da esperança, ainda que pobreza ambulante. No rincão seco, vai sem querer. Fome é a precisão, Deus é o guia.

Setembro passou/ outubro e novembro/ Ja tamo em dezembro/ Meu Deus, que é de nós?.

Virou hino. Quem vê hoje, pensa que a fama lhe percorreu toda a vida. Mal sabem que, bem dizer chamado 'velho', era um poeta popular pouco reconhecido em suas próprias beiras. Sentava no banco da praça que dá para a Igreja de Nossa Senhora das Dores, em frente de casa. Passava a tarde ali, matutando o tempo (ou com o divino).
Jaqueline, filha de Araci, fez por muito tempo os encarregados dele. Morando no lado oposto da praça, estava sempre a postos pra acompanhar o poeta onde precisasse. Um pagamento, pegar remédio ou dar notícia do que se passa na cidade pequena, mas cheia de histórias. Era mulher de confiança. Serviu-lhe até casar e partir. E fazer falta.

FONTE: Caderno VERSO | DN 
http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/editorias/verso/patativa-do-assare-110-anos-de-palavra-viva-1.2067055

SONETO DAS CINZAS

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O VOO DA MORTE

Na parede dos fundos da bodega
Na brancura da cal toda lavada
A rolinha que voava, encandeada,
Cai ferida, ensanguentada e cega.

Ouço a voz animada de um colega
De brinquedos, comigo na calçada:
— Já que nunca as mataste em caçada
Aproveita, come esta, vamos, pega!

Fui menino e não tive a mão certeira
Se algum dia atirei de baladeira
Não me lembro de acertar u’a pedrada.

Pego o pobre pássaro e considero:
— Hoje é quarta de Cinzas, eu não quero.
Saio mudo, dali, não digo nada.

Arievaldo Vianna



A ARTE DE JÔ OLIVEIRA

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ANTÔNIO CONSELHEIRO E O SEBASTIANISMO



Duas ilustrações do amigo e parceiro Jô Oliveira, um dos maiores ilustradores desse país.


NO ANIVERSÁRIO DO CONSELHEIRO

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CAPA: JÔ OLIVEIRA



Há cento e oitenta e nove anos nascia ANTÔNIO CONSELHEIRO. Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu em Vila Nova de Campo Maior (Quixeramobim), a 13 de março de 1830 — e faleceu em Canudos-BA, a 22 de setembro de 1897. Ficou conhecido na História do Brasil como Antônio Conselheiro, que se autodenominava "o peregrino", foi um líder religioso brasileiro.

Figura carismática, adquiriu uma dimensão messiânica ao liderar o arraial de Canudos, um pequeno vilarejo no sertão da Bahia, que atraiu milhares de sertanejos, entre camponeses, índios e escravos recém libertos, e que foi destruído pelo Exército da República na chamada Guerra de Canudos em 1896.

A imprensa dos primeiros anos da República e muitos historiadores, para justificar o genocídio, retrataram-no como um louco, fanático religioso e contrarrevolucionário monarquista perigoso.

O primeiro folheto de cordel publicado sobre a Guerra de Canudos foi escrito pelo poeta paraibano  João Melchíades Ferreira da Silva, que participou da luta como militar e, naturalmente, defende a versão divulgada pelo Exército Brasileiro. Posteriormente outros poetas retornaram ao tema, fazendo a defesa de Conselheiro e sua gente. Caso do poeta Geraldo Amâncio, que fez um livro magistral. O trabalho mais recente foi escrito por ARIEVALDO VIANNA e BRUNO PAULINO e retrata duas facetas pouco exploradas do beato ANTÔNIO DOS MARES, O PEREGRINO: a visão sebastianista e a sua fama de milagreiro.

Vejam alguns trechos:

Nós vamos contar um fato                       
Que dizem ser verdadeiro
Ocorreu em Monte Santo     
Com um Santo Brasileiro,
(Tudo em versos, se me entendes):
Antônio Vicente Mendes
Maciel,  O Conselheiro.


O poeta popular
Sempre amplia seus estudos
Buscando novas matérias
E melhores conteúdos;
Depois de leituras tantas
Encontramos Paulo Dantas,
E um livro sobre CANUDOS.


Num dos capítulos do livro
Que é “O CAPITÃO JAGUNÇO”
Deparamos com uns fatos
Cujo relato esmiunço
Da fama de milagreiro
Que Antônio Conselheiro
Tinha antes do “furdunço”.


Nessa peregrinação
Passou por muitos lugares
Fazendo igrejas, capelas,
Levando conforto aos lares
Quando o beato pregava
Muita gente o chamava
De Santo Antônio dos Mares.


Antônio Vicente tinha
Uma visão humanista
Pregou contra a escravidão
Com sólido ponto de vista
Devido a esses sermões
Fundou naqueles sertões
Um reino Sebastianista.


Sebastião, o Desejado
Foi um rei de Portugal
Que promoveu uma cruzada
No meio de um areal;
Na batalha se perdeu
Nunca mais apareceu
Foi um drama sem igual.

(...)

LANÇAMENTO EM BREVE, NO CARIRI CANGAÇO

Por e-mail, o professor Gilmar de Carvalho, grande estudioso da cultura popular nordestina, em especial do CORDEL, nos felicitou pela iniciativa:

Arievaldo e Bruno,

Gostei da ideia de vocês, fazerem um cordel a quatro mãos. O tema não poderia ter sido melhor escolhido. Conselheiro será sempre uma referência.
Ótimo que tenham lançado o cordel no dia 13 de março, aniversário do beato. A edição está bem cuidada, com ilustrações do Jô, do Poty e do Arievaldo.
Estamos recuperando o tempo perdido. Nenhum cearense escreveu sobre Canudos no calor da hora. Os primeiros folhetos serão tardios.  Este cordel, no entanto, traz a escrita para o sertão de
Quixeramobim, atualiza e mantém o tema em evidência. 

Tudo de bom, abraços para vocês.
do amigo Gilmar"


FÉ DEMAIS...

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Igreja de Nossa Senhora do Patrocínio, Praça José de Alencar, Fortaleza-CE.


ESTRANHA CONVERSA DE DOIS "CRISTÃOS" 
NA PORTA DE UMA IGREJA


Ontem dei uma passadinha na Igreja do Patrocínio, na Praça José de Alencar, templo que espaçadamente frequento desde que passei a residir por essas bandas, para uma breve conversa com Deus e com meu Anjo da Guarda. Como de costume, peço PAZ, SAÚDE e PROTEÇÃO para mim e para os meus. E em seguida agradeço as graças que tenho recebido.
Ao pisar no batente do templo vetusto, deparei com dois idosos bem vestidos, que conversavam aos berros, dirigindo impropérios aos moradores de rua que pedem esmolas ou praticam pequenos furtos naquele logradouro, desejando-lhes uma morte violenta e cruel:
— O governo devia matar ‘tudim’ e depois tocar fogo nessas desgraças!
E o outro acudiu, de pronto:
— A culpa é do Lula, que colocou o País nesse estado de miséria.
O primeiro, concordando plenamente com o segundo, retrucou, elevando o tom de voz para que todos o ouvissem:
— Ainda bem que a Justiça foi feita e aquele amaldiçoado vai morrer na cadeia! Já pegou mais de sessenta anos de prisão.
Percebendo que eu os fitava com espanto, fizeram uma expressão de ódio incontido e me fuzilaram com os olhos, como quem desafia dizendo:
— Achou ruim?




Achei, mas fiquei calado, porque discutir com esse tipo de gente é a mesma coisa que atirar pedras na lua. É mais fácil receber gentileza e afagos de um cão pit-bull... E saí dali refletindo sobre o Evangelho de Mateus.



Evangelho segundo S. Mateus 25,31-46.

“Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso.
Todas as nações se reunirão na sua presença, e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.
Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo.
Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; Não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’.
Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber?
Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos?
Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’.
E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’.

 E, por conta desse episódio ocorrido ontem, dia 15 de março de 2019, às dez e meia da manhã, na Igreja do Patrocínio, escrevi este soneto:


A VIRTUDE DO PECADO

Não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’.

O pecado se torna uma virtude
Quando afronta a cruel hipocrisia
De quem finge ser criatura pia
E contudo, nem a si mesma ilude.

Tenho visto hipócrita amiúde
Condenando, por pura aleivosia,
Criticando de forma doentia,
Desejando ver alguém no ataúde.

Ontem mesmo, na porta de um templo
Vi um torpe hipócrita desejando
Uma morte cruel a um semelhante.

De Jesus jamais segue o bom exemplo
Vi a cena e saí dali pensando:
— Como faz falta ao INFERNO de DANTE!

Arievaldo Vianna
16.03.2019


CONCLUSÃO: Democraticamente falando, acho que todos têm o sagrado direito de defender o seu ponto de vista, por mais equivocado que possa parecer. O que eu não admito, nem Jesus admitia, é a hipocrisia desses fariseus que ele chamava de "raça de víboras". Se pensa desse modo, não se proclame CRISTÃO nem faça esse tipo de prédica na porta de uma igreja.


JÔ OLIVEIRA PELO MUNDO AFORA

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Exposição 
"O Mundo Brasileiro de Jô Oliveira"
De 09 a 26 de abril

Galeria "SEZONI" - Sófia, Bulgária




JÔ OLIVEIRA, UM ILUSTRADOR DO BRASIL

Por: Rui de Oliveira


Para traçar algum perfil, mesmo que de forma sucinta, da obra do ilustrador Jô Oliveira, temos que antes situá-lo culturalmente, bem como entender um pouco as peculiaridades da formação histórica, social e cultural do Brasil. Isto se faz necessário, sendo realmente uma premissa básica diante do profundo envolvimento do artista com as questões da cultura popular da região do nordeste brasileiro, matriz principal e conteúdo básico de sua obra.

O Brasil, diferente de outros países latino-americanos, foi colonizado pelos portugueses, do qual herdamos a sua cultura, e o belo e rico idioma português. Outro fato decisivo para se entender o imaginário do brasileiro, e na esteira disso compreendermos melhor a obra do Jô, é que, também diferente dos outros países do continente, nós tivemos uma longa monarquia. Primeiramente como colônia de Portugal e, a partir de 1822, com a independência nos tornamos um Reino autônomo. A seguir, tivemos dois Reinados que se estenderam até 1889, quando foi então proclamada a República.

A longa presença da monarquia no Brasil, e não há espaço aqui para citar suas consequências no universo político e cultural, deixou, por conseguinte, um legado principalmente nas raízes da cultura popular. Os imaginários monárquico, barroco e medievalista são muito presentes até hoje nas tradições populares. Apesar de o Brasil não ter tido Idade Média, este fantasioso medievo brasileiro marca a sua presença na música, na literatura, na pintura, e nos folguedos do povo, principalmente no nordeste do Brasil. Que é, como acima foi dito, uma das principais fontes da obra de Jô Oliveira.

Em toda a sua obra, desde o tempo de sua formação acadêmica, tanto no Brasil, quanto na Hungria, subjazem em suas ilustrações, cartazes e selos um amplo entendimento do que seja a multicultural realidade brasileira. Isto se explica na obra do Jô, pelo fato de os seus objetivos artísticos não ficarem unicamente restritos à cultura nordestina, por exemplo. Diversos de seus livros documentam o interesse em expressar, de forma abrangente, a cultura, a alma do povo brasileiro por meio de um grafismo baseado em fontes afro-brasileiras, indígenas e ibéricas.

Tive o privilégio de acompanhar de perto todo este seu longo trajeto. As origens culturais que sedimentam o seu trabalho começam pelos estudos feitos pelo artista dos ícones bizantinos, dos retratos de Fayum e pela gravura popular russa, o Lubok. A gravura popular alemã e mexicana também tiveram grande influência em seu trabalho. Todo este amálgama resultou num trabalho essencialmente brasileiro, mas profundamente universal. O seu processo de criação transcende, em muito, os limites do folclórico, muito menos dos aspectos de uma arte naife.

Lembro que em certa ocasião — e narro pela primeira vez este fato que elucida e nos faz entender melhor a sua obra — eu estava com ele viajando pela Bulgária, quando éramos jovens estudantes em Budapeste, e, em determinado momento, caminhando por Sófia, nos deparamos com a belíssima Catedral de Alexander Nevski. Por destino, ou algum outro motivo que me foge à compreensão, aos entrarmos na igreja e assistirmos ao belo ritual de uma missa ortodoxa, nos deparamos com uma porta, salvo engano, à direta da nave central da catedral. Abrimo-la, de forma curiosa, como devem ser por vezes os jovens... Ao descermos as escadas, encontramos um acervo maravilhoso de ícones búlgaros.

Jô e eu também ficamos maravilhados. Até então, não tínhamos nenhum contato físico com os ícones. O Jô encontrou esteticamente aquilo que procurava. Acredito — opinião pessoal minha — que ele tenha, naquela visita imprevista, materializado espiritualmente o seu futuro trabalho como artista gráfico, designer e ilustrador.

Diante deste fato, peço a atenção especial dos visitantes búlgaros para esta pequena mostra da imensa obra do artista. E, neste sentido, procurem outras fontes para conhecer de forma mais ampla o seu trabalho. Como disse acima, uma obra ao mesmo tempo singular, pessoal e universal. Jô Oliveira é o ilustrador do povo brasileiro.

  
Rui de Oliveira, ilustrador e escritor – Rio de Janeiro –Janeiro 2019.


Com Jô Oliveira, na BIENAL DE SÃO PAULO 2018

Suplemento MARACAJÁ | O POVO

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Cordel APRENDEU ANDAR DE MOTO, MAS NÃO SABIA PARAR. De Arievaldo Vianna e Jota Batista, no jornal O POVO DE HOJE, SUPLEMENTO MARACAJÁ:




UM SONHO COLETIVO

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Xilogravura: ERIVALDO

OPERAÇÃO PAVÃO MISTERIOSO
AUTOR: MARCUS LUCENNA

EU VOU CONTAR A HISTÓRIA
DO PAVÃO MISTERIOSO
QUE DECOLOU DE UM CORDEL
NUMA ESTÓRIA DE TRANCOSO
PARA NUM SONHO DE UM BARDO
O CANTADOR EDNARDO
CUMPRIR DESTINO EXITOSO


O PAVÃO MISTERIOSO
DEU NOME À OPERAÇÃO
CUMPRIDA POR UM COMANDO
COM UMA HONROSA MISSÃO
RESGATAR URGENTEMENTE
UM LÍDER, UM BOM PRESIDENTE
DA CELA DE UMA PRISÃO


ELE FORA CONDENADO
SEM PROVAS,  INJUSTAMENTE,
E ERA MANTIDO PRESO
EMBORA FOSSE INOCENTE
E PARA SER LIBERTADO
TINHA QUE SER RESGATADO
NUMA   AÇÃO INTELIGENTE


SEUS PIORES INIMIGOS
PARA CHEGAREM AO PODER
MENTIRAM, TRAPACEARAM
TIVERAM QUE LHE PRENDER
E TENDO AO PODER CHEGADO
QUERIAM VÊ-LO TRANCADO
ATÉ O DIA DE MORRER


SEM PODER SE DEFENDER
SÓ RESTOU UMA SOLUÇÃO
SER RETIRADO DE LÁ
DE DENTRO DESSA PRISÃO
OS QUE NELE ACREDITAVAM
UMA   FORMA  IMAGINAVAM
DE CUMPRIR ESSA MISSÃO


MAS NINGUÉM CONTAVA NÃO
PARA ELE O PLANEJADO
SABENDO-SE  INOCENTE
APESAR DE APRISIONADO
ELE QUERIA PROVAR
SUA INOCÊNCIA E MOSTRAR
SER DIGNO, HONESTO E HONRADO


MAS DIANTE DESSE ESTADO
DA MAIS COMPLETA EXCEÇÃO
ELE JAMAIS PROVARIA
A INOCÊNCIA EM QUESTÃO
POIS PARA LHE CONDENAR
SÓ PRECISARAM TROCAR
PRÊMIOS BONS,  POR DELAÇÃO


UNS COVARDES APONTARAM
P’RA ELE  COM DEDOS SUJOS
UNS MAIS COVARDES  JULGARAM
 E CONDENARAM,  ESSES CUJOS
NUM LAMAÇAL CHAFURDARAM
SERVINDO AOS QUE LHES USARAM
IGUAIS CACHORROS SABUJOS

  
AGIRAM COMO OS MARUJOS
QUE QUISERAM ELIMINAR
O COMANDANTE COLOMBO
QUE ESTANDO A NAVEGAR
NO RUMO DE UM MUNDO NOVO
FOI VISTO COMO UM ESTORVO
QUISERAM LHE ASSASSINAR

NO SONHO DO EDNARDO
UM COMANDO ORIGINAL
FORMADO  POR BEM TREINADOS
FILHOS DO POVO EM GERAL
LEVARAM A CABO A MISSÃO
DE RETIRAR DA PRISÃO
ESSE LÍDER ESPECIAL

NO PAVÃO MISTERIOSO
BELO PÁSSARO  DE METAL
UM PODEROSO HELICÓPTERO
EMBARCA ESSE PESSOAL
ENQUANTO UMA MULTIDÃO
FAZ UMA MANIFESTAÇÃO
COMO NUNCA VIU-SE IGUAL


ESTOU SOMENTE A NARRAR
O SONHO DE UM GRANDE ARTISTA
PORÉM QUEM TEM CONSCIÊNCIA
TEM ESSE PONTO DE VISTA
NOSSO MELHOR PRESIDENTE
É PRESA DE INCONSEQUENTE
PERSEGUIÇÃO ARRIVISTA


HOMENS, MULHERES,  MENINOS
FIRMES, NÃO TINHAM SENÕES
BRADAVAM: JUSTIÇA URGENTE!
DIZENDO EM MANTRAS,  REFRÕES
NOSSO LÍDER É INOCENTE
QUEREMOS  ELE SOMENTE
PRESO EM NOSSOS CORAÇÕES


O PAVÃO MISTERIOSO
PAIROU POR SOBRE A PRISÃO
OS GUARDAS NÃO REAGIRAM
PARADOS NA EMOÇÃO
DE VER  TANTA GENTE UNIDA
P’RA MENTIRA SER RENDIDA
MESMO COM ARMAS NA MÃO


DO HELICÓPTERO DESCERAM
COM A TÉCNICA DO RAPEL
UNS HOMENS E UMA MULHER
ELA CUMPRIA O PAPEL
DE TIRAR O PRESIDENTE
ALI DAQUELE AMBIENTE
MISTO DE CELA E QUARTEL


ELA SE CHAMAVA CREUZA
ERA LINDA E SENSUAL
MAS LUTANDO ERA UMA FERA
NO MUNDO NÃO TINHA IGUAL
NO TIRO, FACÃO , PERNADA
A MOÇA ERA ENDIABRADA
EM TODA ARTE MARCIAL


MAS NEM PRECISOU USAR
SEUS DOTES NA OCASIÃO
OS GUARDAS  COLABORARAM
GUIARAM ELA AO  SALÃO
ONDE ESTAVA APENADO
O LÍDER INJUSTIÇADO
ALVO DA SUA MISSÃO


ELA DISSE: “PRESIDENTE
 VIM AQUI LHE RESGATAR
EU VOU LEVÁ-LO COMIGO
O SENHOR VAI DESCANSAR
DEIXAR DE CORRER PERIGO
ACABAR  ESSE CASTIGO
QUE NÃO MERECES PAGAR”


ELE RESPONDEU: “NÃO DÁ
NÃO PENSO EM FUGIR ASSIM
VOU SAIR INOCENTADO
LIMPO, TIMTIM,  POR TINTIM
PROVANDO QUE SOU HONRADO
QUERO MEU POVO AO MEU LADO
PRONTO P’RA  VOTAR EM MIM”.


ELA RETRUCOU: “ MEU LÍDER
VEM COMIGO, VAI POR MIM
NÃO ESPERE POR JUSTIÇA
VINDO DESSA CORJA RUIM
PRESIDENTE,  ESSA MUNDIÇA
QUE ESSA BESTA FERA ATIÇA
SÓ QUER  VER O VOSSO  FIM”


OS GUARDAS GRITARAM  ASSIM
PRESIDENTE VÁ S’IMBORA
NÓS FACILITAMOS TUDO
TEM MUITA GENTE LÁ FORA
UMA MULTIDÃO VIBRANDO
CANTANDO, RINDO E  CHORANDO
NA EMOÇÃO DESSA HORA.


“DESCULPE MEU PRESIDENTE
MESMO QUE O SENHOR NÃO QUEIRA
EU VOU LEVAR O SENHOR
ELA TIROU DA ALGIBEIRA
UM SPRAY, NELE APLICOU
O PRESIDENTE INALOU
E CAIU NUMA SONEIRA.


JUNTANDO-SE AOS COMPANHEIROS
DAQUELA OUSADA MISSÃO
LEVARAM ELE DORMINDO
DALÍ DAQUELE SALÃO
PARA O PAVÃO VOADOR
QUE GIRANDO SEU ROTOR
VOOU PARA A AMPLIDÃO.


FORAM EMBORA P’RA BEM LONGE
PARA UM PAÍS BEM LEGAL
PODEROSO E RESPEITADO
O TERRAL LAND OU TERRAL
FICANDO  ALÍ  EXILADO
PARA UM DIA SER JULGADO
NUMA CORTE IMPARCIAL.


EDNARDO ACORDOU
DESSE SONHO INUSITADO
E POSTOU NO FACEBOOK
TUDO QUE TINHA SONHADO
EU QUE SEMPRE VIVO ATENTO
VERSEI NO MESMO MOMENTO
ESSE CORDEL INSPIRADO


L UCENNA É UMA LUZ QUE ANDA
U M LUME NA ESCURIDÃO
C OM O LUME  DESSA LUZ
E NCHE DE LUZ A AMPLIDÃO
N A BUSCA PARA ENCONTRAR
N ALGUMA ESTRELA A BRILHAR
A LUZ DA INSPIRAÇÃO.



Biografia


Marcus Lucenna (foto: Arievaldo)


Marcus Lucenna
O CANTADOR DOS QU4TRO CANTOS

Cantor, compositor, poeta e músico por profissão, Marcus Lucenna é conhecido como “O Cantador dos Qu4tro Cantos” pela  sua trajetória no ramo artístico e andanças pelo Brasil. Marcada pelo ecletismo, sua jornada musical passa pelo pé-de-serra e segue pelo brega, cantoria de viola, tango, rumba, lambada, chorinho e tudo mais que representa a alma do povo brasileiro e latino-americano.

Natural da cidade de Mossoró, no Rio Grande do Norte, adquiriu gosto pela música por influência do pai, que, além de radialista, era poeta, repentista e cordelista. E também do seu “heroivô”, como costuma chamar seu avô, com quem ouviu, em um showmício na cidade natal, em 1968, “Asa Branca” pela primeira vez. A música vinha diretamente da voz daquele que viria ser a sua principal inspiração: Luiz Gonzaga do Nascimento, o Rei do Baião.

CHEGADA AO RIO– Em 1977, aos 16 anos, desembarcou no Rio de Janeiro com o sonho de fazer carreira na vida artística. Além de Luiz Gonzaga, sua inspiração vinha dos cantadores-repentistas, dos emboladores de coco, dos cordelistas e de nomes como Jackson do Pandeiro, Raul Seixas, Belchior, Fagner, Ednardo, no Brasil, e Bob Dylan, Charles Aznavour e Jaques Brel, no exterior.

Começou cantando no calçadão de Copacabana, onde com seu carisma e qualidade musical encantou cariocas e turistas. Ali conheceu gente influente do meio musical e da sociedade carioca. Entre eles, os atores e cantores Mário Lago e Zezé Mota, Zé do Norte – o autor de “Mulher Rendeira”, trilha do filme O Cangaceiro, premiado em Cannes – e Jaguar, editor dO Pasquim, jornal que lhe prestou os primeiros louros da carreira.

PRODUÇÃO FONOGRÁFICA– O primeiro LP (Cantolínia Psicordélica) veio em 1989, pela Polygram, uma das maiores gravadoras do mundo à época. O álbum foi gravado na companhia de grande artistas da MPB, como Joca de Natal, Zé Américo e Severo do Acordeon. O disco foi o pontapé inicial para uma produção fonográfica que envolve 4 vinis e 11 CDs.

PARCERIAS – Embora se considere um artista um tanto solitário, acumula na carreira diversas parcerias importantes. Musicou letras ou teve poemas musicados por nomes como Luiz Vieira, Mirabô, Capinam, Mario Lago Filho, Maria Rio Branco, Vicente Telles, Zé Lima, Roque da Paraíba, Edson Show, Chico Pessoa  e Zé do Norte.

No mais recente CD, Marcus Lucenna na Corte do Rei Luiz, que será lançado dia 18 de agosto, contou com a companhia do poeta-cantador Maciel Melo, autor do grande sucesso Caboclo Sonhador, que Lucenna acrescentou ao disco; do maestro Adelson Viana, considerado sucessor de Dominguinhos; Marcelo Mimoso, que interpretou Luiz Gonzaga no teatro; e Chambinho do Acordeon, que viveu o Rei do Baião no cinema. As vozes de Neidinha Rocha, integrante da Orquestra Sanfônica do Rio, e do cantor, compositor, radialista, produtor cultural e coordenador do Forum Forró de Raiz RJ, Jadiel Guerra, também podem ser ouvidas no novo álbum.

Muitos desses artistas já dividiram palco com Marcus Lucenna, assim como fizeram músicos como Fagner, Elba Ramalho, Ednardo, Geraldo Azevedo e Tânia Alves.

Mas além da trajetória musical, Marcus Lucenna se destaca pelo engajamento em ações que valorizam e dão visibilidade ao seu ofício – a música e a poesia – e a cultura popular.


NA MÍDIA– No rádio, dirigiu e apresentou os primeiros programas regulares de forró em horário nobre no Rio, em emissoras como Imprensa FM e Tropical FM. Também esteve à frente dos programa “Nação Nordeste”, na Rádio Viva Rio, do Sistema Globo, e “Marcus Lucenna – a Voz do Povo”, na Rádio Carioca AM. Na TV, dirigiu, produziu e apresentou  “Marcus Lucenna De Repente”, programa da NGT (canal 17 da NET). E em jornal, assinou a coluna “Canto do Povo Nordestino”, do Povo do Rio, e fundou o “Nação Nordeste”. Também esteve “do outro lado do balcão”, como entrevistado e artista convidado em importantes programas televisivos, como Jô Soares e Domingão do Faustão, da TV Globo.


Novo CD de Marcus Lucenna - Na Corte do Rei Luiz.


FEIRA DE SÃO CRISTÓVÃO– Idealizador de projetos de valorização da cultura popular e em defesa das causas do migrante nordestino, ocupou por 6 anos o cargo de gestor do Centro Municipal Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas, a famosa feira de São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Não só impediu que a Feira fosse retirada do bairro por força da especulação imobiliária, como liderou o movimento que a levou para dentro do Pavilhão de São Cristóvão, onde está localizada até hoje.

Amante das letras, principalmente das manifestações literárias nordestinas, Marcus Lucenna ocupa a cadeira número 7 da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Morador do bairro do Flamengo, no Rio, foi condecorado com os títulos de Cidadão Fluminense, pela Assembléia Legislativa, e Cidadão Carioca, pela Câmara de Vereadores.

Aos 59 anos, é pai de cinco filhos, avô de quatro netos e um súdito fiel do Rei Luiz Gonzaga, levando seu legado artístico e de vida aos qu4tro cantos do país.

UMA DATA MEMORÁVEL

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Meus pais, Evaldo Lima e Hathane Vianna


OS 70 ANOS DE MAMÃE

Não gostaria de começar esse texto com uma frase óbvia, dizendo que a data de hoje – 23 de março de 2019 —, é um dia muito especial, mas não há outra maneira. Há 70 anos nascia Hathane Maria Vianna, na fazenda  Cacimbinha, propriedade de seu avô materno Olympio Vianna, que todos da família chamavam ‘Pai Vianna’, velho austero, inteligente, verdadeiro exemplo dos sertanejos de fibra que o Nordeste de hoje já não produz. Filha de Miguel de Assis Vianna (Caboclo Vianna) e Áurea de Sousa Vianna, ele nascido a 13 de dezembro de 1913, ela a 14 de julho de 1912.


Áurea e Caboclo Vianna, pais de Hathane


Mamãe tem um nome bastante raro no Brasil — HATHANE. Nome escolhido por seu avô, Olympio Vianna, que era muito dado a leituras. Ficou órfã de mãe aos 9 anos de idade e passou a viver na casa de parentes, em Maracanaú, onde permaneceu até os 15 anos. Aos 16 conheceu meu pai e depois de um rápido namoro, casaram-se no dia 8 de dezembro de 1966, dia em que se celebravam os 30 anos de casamento dos meus avós paternos Manoel Barbosa Lima e Alzira Vianna de Sousa Lima.

Os filhos foram nascendo logo em seguida, todos homens, e ela, muito jovem, participava das nossas brincadeiras como se fosse uma criança. A sua única filha é temporã... a Vandinha nasceu em 1985, quase vinte anos depois do seu casamento. Ela banhava todos nós de uma vez, em cima de uma grande pedra que havia no terreiro de casa. Despejava cuias d'água na cabeça de cada um e depois mandava a gente se escorrer. Que eu me lembre, não havia toalha. A gente tinha que se secar ao sabor do sol e do vento.

Muito habilidosa, mamãe é também muito inventiva. Em matéria de costura é mestra no ofício e na cozinha também cria suas próprias receitas, sempre variadas e apetitosas. Acredito que o dom da poesia, que floresceu em mim e no mano Klévisson Vianna é herança do lado paterno, desde o bisavô Fitico, passando por minha avó Alzira e meu pai, Francisco Evaldo de Sousa Lima. Já os pendores para o desenho e outras artes visuais seguramente herdamos de nossa mãe. Mamãe foi sempre muito carinhosa comigo e incentivava minhas incursões pelo desenho e outras artes. Era muito habilidosa como costureira e aproveitava retalhos de suas costuras para fazer colchas, tapetes e até lençóis. Eu gostava de brincar ao pé de sua máquina de costura, ouvindo o rádio Semp, que era nossa principal fonte de lazer e informação. Na sala havia também uma escrivaninha de meu pai, com uma gaveta repleta de livros e folhetos. Ali eu me sentava sempre para ler ou desenhar, sendo imitado posteriormente por meu irmão caçula, Klévisson Viana.

Uma das recordações mais marcantes que tenho dos nossos primeiros dias em Canindé era o cuidado extremado de minha mãe para que não atravessássemos a pista, como medo que fossemos atropelados. Escrevi, com tinta guache, numa das paredes: 5º  Distrito Policial... Realmente era uma prisão, sobretudo para mim, que passara o ano anterior solto na buraqueira, lá no Maracanaú. Vivíamos então enclausurados e quando a porta estava aberta saíamos correndo sem olhar para nada, ouvindo muitas vezes a freada brusca dos veículos bem nos pés da gente. Escapamos todos pela graça e a infinita misericórdia de Deus, só pode. A vizinhança se comprazia em trazer as más notícias. Dona Betiza, uma velha gorda e muito vermelha, chegava soprando e dizendo aos gritos:

— Chega, Tiana! Acode aqui, teu menino quase foi atropelado! Escapou fedendo!

Além da queda, o coice. Não bastasse o susto do quase atropelamento ainda levávamos boas chineladas e carões quilométricos de mamãe.

Aos domingos ela arrumava todos, e íamos para a missa na Basílica. Não era bem pela devoção e sim pela vontade de sair que fazíamos aquele passeio com grande alegria. Na volta assistíamos ao programa televisivo dos “Trapalhões” na casa do meu tio José Oswaldo. Naquele tempo não tínhamos aparelho de TV. Durante a semana éramos “televizinhos” na janela da casa do José Elias, pai do atual prefeito de Canindé, Celso Crisóstomo, nosso parente pelo ramo Sousa-Paulino (da Vila Campos). Na missa, mamãe ficava disputando os primeiros bancos da igreja com  umas velhotas beatas e de vez em quando nos cutucava para mangar de alguém. Sempre teve um senso de humor muito apurado.


Mamãe e seu padrinho tio Luiz Vianna


Depois de alguns meses nesse regime de reclusão, nosso alvará de soltura veio no período do verão de 1980, com a aproximação dos festejos de São Francisco. Todos nós tínhamos aptidão para o comércio e fomos trabalhar como camelôs, uns vendendo balas e doces, outros com bijuterias e artigos religiosos. Percorríamos os hotéis e pousadas do Alto do Custódio, Rua João Pinto Damasceno e até a distante Rua da Palha, onde ficava o Abrigo dos Romeiros. Foi um tempo bom, em que aprendemos muito da cultura popular e dos costumes do povo nordestino de outros estados. Para ser sincero, tenho uma boa recordação daqueles tempos difíceis, mas felizes.
Portanto, nessa data tão especial, quero brindar minha mãe com um singelo soneto de minha lavra:



UM SONETO PARA MAMÃE

Como a abelha rainha da colmeia
Vejo a faina de minha mãe querida
Com seu carinho adoça o mel da vida
Sem cobrar os aplausos da plateia

Como a Virgem Maria, a Santa Hebreia
Dá conforto e segurança, dá guarida,
Mas se enxerga a sua prole perseguida
Vira uma loba e defende a alcatéia.

Não é Santa, dessas santas de igreja
Mas à ela digo os versos da Peleja
De Gustavo com Maria Roxinha

Nesse mundo de vileza e de pecado
Dentre as mães eu só tenho encontrado
Sem defeitos, a de Cristo e a minha.

Canindé, 23 de março de 2019.




HOJE SOU EU QUEM DIZ: - DEUS TE ABENÇOE, MINHA MÃE!


UM CABRA DE LAMPIÃO

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O irreverente ZUCA IDELFONSO, personagem do livro O BAÚ DA GAIATICE

A HERANÇA DO PARAÍBA
(É feio, mas é bom...)


Há cerca de 15 anos eu realizava uma pesquisa sobre o anedotário dos sertões de Canindé e Quixeramobim, em especial da nossa família, para dar sequência ao trabalho iniciado no livro O Baú da Gaiatice, que tivera ótima aceitação junto ao público.
Foi aí que o tio José Bruno Vianna me contou a curiosa história do caboclo Chico Paraíba e de umas glosas feitas pelo Zuca Idelfonso, após a morte do sujeito, tratando de suposta herança deixada por ele. Chico Paraíba foi um andarilho, um camarada do oco do mundo que apareceu em meados da década de 1920 na Fazenda Cacimbinha puxando apenas uma corda... a cachorra havia morrido de fome no caminho. Como se não bastasse, vinha doente de sezão, impossibilitado de trabalhar, porém conseguiu pousada na casa de meu bisavô Olympio Vianna, onde se restabeleceu e mostrou ser homem disposto e trabalhador. Ontem, dia 25 de março de 2019, fui novamente à terra de meus antepassados com o objetivo de entrevistar meu tio Luiz Gonzaga Vianna (Tio Liu) já nonagenário, porém com a memória em perfeito estado e a dicção impecável. Ele é um verdadeiro guardião da história de nossa família e dentre os assuntos abordados na entrevista, veio à baila o curioso episódio do Chico Paraíba.
Aliás, não foi bem uma entrevista, mas uma conversa descontraída entre parentes, onde puxei pela memória do meu interlocutor, relembrando assuntos dos quais ele foi testemunha ou soube através de informações colhidas junto aos antigos.


Casa da Cacimbinha, construída por meu bisavô Olympio Vianna


Várzea do Riacho Cacimbinhas


Com minha mãe Hathane e meu tio-avô Luiz Gonzaga Vianna

Parte desse relato encontra-se no livro Mala da Cobra – Almanaque Popular, obra que ainda permanece inédita, apesar de ter sido escrita em 2003. Na época eu escrevi esse texto intitulado Aherança do Paraíba (É feio, mas é bom), do qual apresento alguns trechos:

Segundo o relato do tio José Bruno, Chico Paraíba era trabalhador e extremamente usurário, um pirangueiro de peso e medida, portanto não lhe foi difícil amealhar alguns cobres depois de alguns meses de extenuante trabalho. O caboclo aplicava suas economias comprando cabeças de gado e jumentos que criava nas capoeiras do Pai Vianna, seu protetor. Trabalhou noutras fazendas da região, tangeu comboios no rumo da serra do Baturité e, ao cabo de alguns anos, já era possuidor de 14 cabeças de gado, um lote de jumentos e um capital avaliado em mais de três contos de réis.
Mas não há bem que sempre dure... Mal alimentado, já que não usufruía de seus haveres da maneira devida, constantemente exposto ao sol e à chuva, acabou contraindo uma infecção intestinal, uma fraqueza crônica ou outra moléstia mais grave que lhe desfigurou o corpo e consumiu-lhe as forças. Tocado pela mão negra do destino, resolveu procurar abrigo na casa de seu antigo patrão, o velho Olímpio Viana, proprietário da Fazenda Cacimbinha. Segundo o Tio Liu, as mazelas do Paraíba podem ter se agravado pelo fato dele não gostar de tomar banho. Ele exalava forte mau-cheiro e o suor não saía direito porque os poros estavam tapados pela sujeira.
 “Pai” Viana o tratou com benevolência e a caridade digna de um verdadeiro cristão, fornecendo-lhe um quartinho isolado na casa velha para abrigar-se e uma pessoa para tratar de sua doença, que todos julgavam ser contagiosa. Quem cuidava do enfermo era o Antônio Bento, evitando que morresse à míngua, sem alguém que pelo menos lhe fizesse um chá ou lhe pusesse uma vela acesa nas mãos.
O Paraíba possuía um verdadeiro “putufu” de dinheiro nos dois bolsos da calça, pois havia passado o seu rebanho bovino nos cobres, ficando apenas com alguns jumentos. Não se apartava de suas economias por nada. Dormia agarrado com os bolsos. Um dia, sentindo que ia morrer, chamou ‘seu’ Vianna e pediu-lhe que liquidasse algumas contas pendentes, mandasse celebrar algumas missas em intenção de sua alma e fizesse bom proveito do dinheiro que sobrasse. O Paraíba morreu, as missas foram celebradas, as dívidas foram pagas e uma parte do dinheiro foi convertida em esmolas.  Viana não queria ficar com aquele dinheiro impregnado do suor do moribundo e ganho a duras penas. Resolveu levar o restante para o Dr. Josias, Juiz de Quixeramobim, para dar o destino que melhor aprouvesse à Justiça. Nesta dita viagem, levou o seu genro Caboclo Vianna, para casar no civil com a minha avó Aurinha, e trouxe umas sacas de cal para caiar o oitão da casa.

Foi o bastante para o maledicenteZuca Idelfonso, falador por natureza, poeta ocasional, aproveitar o ensejo para fazer o “testamento” do falecido Chico Paraíba, dizendo quem havia lucrado com os bens por ele deixados. Quem já leu O Baú da Gaiatice sabe que o personagem em questão tinha um modo peculiar de falar, trocando algumas letras. Eis alguns trechos do irreverente poema:

REFRÃO:
É xeio, mas é bom
Deixe quem quigé falar...

— A herança do Paraíba
Causou grande rejultado
“Giana” pintou a casa
Caboclo xaiu cajado,
E até o Chico Lobo
Que era xeu axilhado (afilhado)
Entrou no xeu testamento
Ganhou um par de calxado:
Uma chinela de pneu
Com o calcanhar furado...
É xeio, mas é bom,
Deixe quem quigé falá!

Os chinelos deixados pelo finado Paraíba eram de pneu, com buracos em forma de meia lua no calcanhar e outros profundos sulcos no local dos dedos. Zé Viana assegurava que na marca do dedão cabia um ovo de capota.



Lampião - desenho de Arievaldo (Direitos Reservados)


A CONFISSÃO DO PARAÍBA
(EX-CABRA DE LAMPIÃO)

Agora vamos à parte mais interessante da história, que foi confirmada por tio Luiz Gonzaga na entrevista gravada na manhã de ontem (25/03). Apesar de ter vivido nos sertões cearenses por mais de dez anos, pouco se sabia sobre a origem do caboclo, que não gostava de falar do seu passado. Também nunca apareceu parente nem aderente do mesmo. Quando estava às portas da morte, meu bisavô Olympio, que era muito religioso, mandou um portador a cavalo no Quixeramobim buscar o padre Jaime Felício, vigário da paróquia, para confessar o moribundo.
Chico Paraíba nunca havia se confessado, em toda a sua existência, mas sentindo a aproximação da morte consentiu em ser ouvido em confissão pelo dito sacerdote. Apontando o local onde o padre se sentara, após a confissão, tio Liu me repetiu o que já fora dito anteriormente pelo Zé Vianna:
“— O padre Jaime disse ao papai que o Paraíba teria um fim de vida bem-aventurado, porque fora ouvido em confissão e se arrependera de seus pecados. E disse que o havia instruído para pedir bênçãos para todos da casa, quando chegasse no outro mundo. Foi então que o padre Jaime fez a grande revelação. Chico Paraíba lhe dissera, durante a confissão, ter pertencido ao bando de Lampião em determinado período da sua vida, e que resolvera viver incógnito nos sertões do Ceará, onde não seria perseguido por seus inimigos dos tempos do cangaço.”
Eu dou total credibilidade a essa história por dois fatores importantíssimos: primeiro, o relato do Tio Luiz Vianna não destoa em nada do que me foi dito quinze anos antes por José Vianna, já falecido. Ambas as versões são de uma linearidade impressionante, nos menores detalhes. Em segundo lugar, devemos levar em consideração que o caboclo só fez essa revelação já às portas da morte, no momento de sua confissão. Foi um segredo confiado a um sacerdote. Certamente que o Padre Jaime não revelou outros detalhes da confissão, que deviam ser mantidos em segredo, segundo manda a Igreja, porém não viu mal nenhum em revelar ao protetor de Chico Paraíba a sua verdadeira origem. Cangaceiro, ex-cabra de Lampião, falecido em 1940 na fazenda Cacimbinha, o cabra do ôco do mundo só não levou este segredo para o túmulo devido a confissão que fez antes de receber a extrema unção.
Ao longo de sua atividade como chefe supremo do cangaço, Lampião recrutou centenas, talvez mais de um milheiro de cabras. Muitos morreram em combate, outros foram capturados pelas volantes. E, como em toda atividade guerreira, certamente também existiram os desertores. Cabras que fugiram durante uma refrega com os macacos e resolveram dar novo rumo às suas vidas, bem distantes do teatro da luta, onde ninguém soubesse de suas origens. Seria esse o caso do paraibano que morreu na Cacimbinha? Qual seria o seu codinome durante o período em que pertenceu ao bando do famoso Virgulino Ferreira da Silva?







VACINA CONTRA A BESTEIRA

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Arievaldo Vianna, caricatura de Válber

O VELHO FEBÊAPÁ



O amigo José Augusto Moita comentava hoje de manhã, nas redes sociais, que até para ser BESTA é preciso ter talento e preparo. Por mais besta que o cara seja, não é todo dia que está disposto a dizer sandices por aí. Conversei sobre o assunto com minha "CONGE" e ela me aconselhou a consultar a comadre LUZIA, esposa do CAMONGE.

Praticar a besteira dia após dia é uma arte... Somente o PALERMA, o PAPANGU, o PACÓVIO e o PASCÁCIO de berço é que podem exercitar essa curiosa arte de forma irrepreensível. 

E disso, não podemos nos queixar. Ultimamente, a besteira anda tão em modo que o saudoso Sérgio Porto, melhor dizendo, Stanislaw Ponte Preta, autor do FEBÊAPÁ (Festival de Besteira que Assola o País) teria um excesso de material tão grande que, certamente, teria uma estafa se tentasse compilar em livros tudo que se produz em matéria de ASNEIRA atualmente.



Há cerca de 15 anos, escrevi e publiquei um folheto chamado VACINA CONTRA A BESTEIRA, que, no meu entender, continua atualíssimo. Vejamos as estrofes a seguir. O texto integral será republicado brevemente pela RINARÉ EDITORA.

“VACINA CONTRA A BESTEIRA”

Stanislaw Ponte Preta,
Grande cronista, nos diz:
O que atrasa o Brasil
Tornando o povo infeliz
É o Festival de Besteira
Que assola o nosso país.


Formiga acaba uma roça
Neblina acaba uma feira
A bomba atômica arrasou
Uma metrópole inteira
No Brasil não há quem possa
Dar vencimento à besteira...

A besteira tem crescido
Numa escala de milhão
Do Oiapoque ao Chauí
A besteira é o refrão
Tomou conta de jornal
De rádio e televisão.


A besteira é um veneno
Pior que a estriquinina
Curar doença tão grave
Desafia a medicina
Na cultura popular
Talvez se ache a vacina.

A defesa da cultura
É uma necessidade
Para que o nosso povo
Não perca a identidade
Se afirme como nação
A atinja a prosperidade.

Somente valorizando
A popular tradição
O reisado, a cantoria.
Xote, xaxado e baião.
Pode-se achar um caminho
No rumo da salvação.

O folheto de cordel
O coco de embolada
A nossa xilogravura
Que na madeira é talhada
Também são ingredientes
Dessa vacina sagrada.

O teatro de Ariano
A música de Gonzagão
Xaxado e outras cantigas
Dos cabras de Lampião
Podem curar a besteira
Que assola nossa nação.

O trovador do Rio Grande
Com sua gaita fagueira
Cavalhadas de Goiás
E uma ciranda praieira
São remédios eficazes
Para se curar a besteira.

O frevo, o maracatu.
E o samba de raiz
São reflexos da cultura
De um povo bom e feliz
Basta beber dessa fonte
E zelar essa matriz.

O calango, o tatu-bola.
E a embolada mineira
As estórias encantadas
Dos folhetinhos de feira
São excelentes vacinas
Pra se curar a besteira.

A cultura popular
Não tem contra-indicação
Contém nacionalismo
E doses de tradição
Tem vários ingredientes
Que vitalizam a nação.

Pois esse lixo enlatado
Da cultura ocidental
Que nós somos obrigados
Consumir, por bem ou mal.
Só pode ser combatido
Se usarmos nosso arsenal.

Uma bomba de forró
Do legítimo “pé-de-serra”
Um torpedo de repente
Faz estremecer a terra
Vamos usar a cultura
Para vencer essa guerra.

Dominar, esse é o lema.
Dos povos conquistadores
Escravizar os mais fracos
Subtrair seus valores...
Negar a nossa cultura
É a marca dos opressores.

Neste século vinte e um
A besteira anda a mil
E reina de ponta a ponta
Sob um céu azul anil;
Educação e cultura
Podem salvar o Brasil...

(...)



“ - PRETO NÃO ENTRA!”

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PERCALÇOS E PRECONCEITOS ENFRENTADOS POR LUIZ GONZAGA NA SUA ESCALADA PARA A FAMA

Por: Arievaldo Vianna*

Negro, pobre, Nordestino (ou nortista, como se dizia na época) e semianalfabeto. Era esse o perfil de Luiz Gonzaga do Nascimento (1912-1989), que viria a ser aclamado Rei do Baião, depois de enfrentar toda sorte de afrontas e preconceitos. Forte, determinado, inteligente e obstinado, ele foi vencendo todas as barreiras que impediam a sua trajetória, se afirmando como gênio da música brasileira. Foi uma carreira cheia de percalços, de proibições, de afrontas que fariam com que muitos na sua condição desanimassem na metade do caminho. Mas o ‘Lua’ superou tudo isso com seu talento e também com a sua teimosia.
Fugido de casa em 1930, com 18 anos incompletos, devido o preconceito do pai de sua namorada, que não queria a filha branca namorando com um negro, Luiz Gonzaga sentou praça no 23º Batalhão de Caçadores, em Fortaleza. Para tanto, teve que aumentar a idade a fim de ser aceito como recruta, sem a devida autorização de seus pais. No Exército ele percorreu vários Estados do Brasil. Depois de servir as Forças Armadas por uma década, deu baixa em 1940 e resolveu se apresentar no Mangue, zona boêmia do Rio de Janeiro, então Capital da República, passando um pires depois das apresentações para recolher donativos, com os quais tentava sobreviver modestamente. Morava na casa de outro músico, Xavier Pinheiro, que juntamente com Dina, sua esposa, se tornaria responsável pela criação do filho Gonzaguinha.
Luiz Gonzaga era um danado. Nunca foi acomodado. Tentou a sorte em vários programas de calouros, sendo “gongado” em alguns ou tirando notas medíocres noutros, sem jamais desistir de seu intento. Um grupo de estudantes cearenses pediu-lhe que deixasse de tocar valsas, polcas e tangos que costumava apresentar nas boates, para tocar a música regional do Nordeste, aquela melodia dos sambas de latada, dos pés-de-serra do sertão. A dica foi preciosa. Com “Vira e Mexe”, “Xamego” e “Pé-de-Serra”, três solos genuinamente sertanejos, conseguiu se projetar e acabou tirando nota máxima no programa de auditório do exigente Ary Barroso. Daí por diante o sucesso começou a lhe sorrir e o sanfoneiro do Araripe foi contratado pela RCA Victor, uma gravadora multinacional responsável pelo lançamento de grandes nomes como Orlando Silva e Nélson Gonçalves.
Mas logo veio o diabo do preconceito. Os diretores da gravadora diziam que ele tinha “voz de taboca rachada” e o proibiam de cantar. Também foi proibido de cantar no rádio, a grande vitrine da época,  o que o levou a entregar suas composições a outros intérpretes, como Manezinho Araújo, o Rei da Embolada, e o conjunto Quatro Ases e Um Coringa, formado por jovens músicos do Ceará.  Foram eles os responsáveis pela primeira gravação de Baião, que teve um sucesso estrondoso. Na opinião dos entendidos, a voz de Luiz Gonzaga estava longe de corresponder aos padrões estéticos da época, em que predominavam os vozeirões de Vicente Celestino, Francisco Alves e Orlando Silva. Usando da sua astúcia habitual, Gonzaga blefou, dizendo que iria gravar na concorrente Odeon, usando o pseudônimo de Januário, nome de seu pai. Victório Lattari, diretor da RCA, acabou consentindo. Nessa época os discos 78 rpm traziam apenas duas gravações, uma em cada face. A condição era continuar gravando um ‘solo’ no lado A e uma composição cantada no lado B. Aos poucos Luiz Gonzaga foi agradando e conquistando uma legião de admiradores. O sucesso foi tão grande, que a sua cota de direitos autorais praticamente dobrou. O diretor balançava a cabeça e dizia:

“— Há gosto para tudo nesse mundo!”
Mas preconceito pior ainda estava por vir...  Foi um verdadeiro pandemônio quando ele tentou se apresentar no auditório da Rádio Nacional usando um chapéu e assessórios de couro na sua vestimenta, lembrando dois tipos característicos do Nordeste: o vaqueiro e o cangaceiro. Sua intenção era explicitar a sua condição de Nordestino, a exemplo do que fazia outro sanfoneiro, o gaúcho Pedro Raymundo, que entrava no palco trajando o chapelão, as bombachas e a cuia de chimarrão, traje típico do Sul do País. Floriano Faissal, diretor artístico da Rádio Nacional, ficou possesso quando o viu caracterizado daquela maneira e decretou:
“— Enquanto eu mandar nesta rádio, não permitirei que você apareça diante de nosso público vestido de bandido de Lampião”.
Em 1951, após dez anos de uma carreira sempre ascendente, apesar do sucesso e da fama que experimentava em todo o País, ainda teria de enfrentar outras agruras e humilhações ao longo de sua carreira. A pior delas aconteceu em São Paulo,  quando foi barrado na portaria da Rádio Gazeta, então conhecida como “a emissora da elite”, que não permitia a entrada de pretos em seu auditório.


Luiz Gonzaga, Marinês e Pedro Sertanejo, num forró em São Paulo.

Revista do Rádio, número 81 - março de 1951

(Acervo da Biblioteca Nacional)

Numa matéria intitulada “PRETO NÃO ENTRA – LUIZ GONZAGA TEVE SUA ENTRADA BARRADA NA PORTA DA RÁDIO GAZETA, DE SÃO PAULO”, a Revista do Rádio, edição de número 81, de 27 de março de 1951, lemos o seguinte:

“O assunto já havia sido tratado, e bem tratado, pelos nossos colegas paulistas de “Radar”: Luiz Gonzaga tivera sua entrada impedida nas dependências da Rádio Gazeta, capital bandeirante, semanas atrás, apenas porque era preto. Incrível que pareça, isso acontece em pleno Brasil, em plena capital de um dos nossos maiores Estados! E eis agora, dias passados, o acaso nos põe diante de Luiz Gonzaga, lá mesmo em São Paulo, no aeroporto. E ainda o acaso nos traz o assunto à baila.
— É isso mesmo, Luiz, que a Gazeta proibiu sua entrada no estúdio por ser você de cor?
E, atendendo o nosso pedido, para que nos detalhe o caso tal qual se passou, Luiz Gonzaga começou:
— Uma artista da Rádio Gazeta, aliás senhora de um amigo meu, convidou-me para assistir ao seu programa. Trata-se aliás de uma grande acordeonista e eu, por laços de amizade com o casal e também por apreciar imenso o acordeón, acedi ao convite. À hora marcada cheguei à porta de entrada da Rádio Gazeta. Veio o porteiro ao meu encontro e disse:
— O senhor não pode entrar.
— Mas... eu sou artista. Sou Luiz Gonzaga.
— Sem convite não entra!
— Mas onde apanhar um convite? Ou mesmo comprar?
— Com ninguém. Não tem mais.
— Percebi então, pois não sou tolo, (Luiz Gonzaga recomeça a palestra conosco) que não se tratava de convite, mas sim de preconceito de cor. Pedi ao porteiro que me deixasse entrar para falar com um diretor da rádio. Nada. Insisti. Nada ainda. Resolvi então entrar por minha conta e peguei o elevador. No primeiro andar, porém, ele e outros já me esperavam. E diante da minha insistência foram então sinceros e explicaram a razão pela qual eu não podia entrar. Questão de cor. Em outras palavras eles queriam dizer: PRETO NÃO ENTRA.
— E que fez você, Luiz Gonzaga?
— Mandei chamar o meu amigo, o esposo da artista que aliás já tinha até iniciado o programa.
— E tudo se resolveu?
— Ele foi ao diretor da Rádio Gazeta. Explicou quem eu era, um artista brasileiro, um intérprete da música nacional, um cantor, um compositor, um homem do Brasil, enfim! Pouco depois o caso estava resolvido. Consegui entrar, mas que luta!
— E o que você diz a isso, Luiz? Que acha você dessa atitude da Gazeta, tentando implantar o preconceito de cor em seus domínios.
— Prefiro não dizer nada. O que narrei foi o que se passou realmente. O público agora que tire as suas conclusões e que julgue como melhor entender.
E aí terminou a palestra sobre o assunto.”

Fiz questão de colocar em negrito essa última frase de Luiz Gonzaga para mostrar o quanto ele era sensato em relação a casos dessa natureza. Em vez de abrir as baterias contra a Rádio Gazeta ou mesmo xingar o porteiro que impediu, obstinadamente, o seu ingresso na emissora paulista, ele limitou-se a dizer que narrara apenas o fato do modo que acontecera e que o julgamento caberia ao público. Ora, a essa altura Luiz Gonzaga já era uma grande atração em São Paulo, para onde viajava toda semana, cantando às vezes na marquise da rádio, já que não havia espaço para a multidão que se comprimia nas ruas dentro do auditório da emissora. Curiosamente, foi nesse mesmo ano, 1951, que aconteceu o terrível acidente automobilístico, no qual o Rei do Baião e seus músicos Zequinha e Catamilho quase perderam a vida. Eles viajavam para São Paulo... Quanto ao preconceito contra preto e Nordestino, fica a pergunta: — Será que mudou alguma coisa de 1951 para cá???

* Autor dos livros “O Rei do Baião – do Nordeste para o mundo” (Editora Planeta, 2012) e “O be-a-bá do Sertão na voz de Gonzagão”, parceria com Arlene Holanda (Armazém da Cultura).


CARIRI CANGAÇO 2019

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PROGRAMAÇÃO CARIRI CANGAÇO
QUIXERAMOBIM 2019

SEXTA-FEIRA
Dia 24 de Maio de 2019

17h – Solenidade de Abertura
Memorial Antonio Conselheiro
Quixeramobim, Ceará
Mestre de Cerimônia
Aílton Siqueira

17h10min – Formação da Mesa de Autoridades
17h15min – Hino Nacional
Cecília do Acordeon
Redenção-CE

17h30min – Apresentação do Cariri Cangaço
Por Conselheiro
Ângelo Osmiro Barreto
Fortaleza-CE
O
17h40min - Fala das Autoridades

18h - Entrega de Diplomas aos Homenageados
Pedro Igor Azevedo
Bruno Paulino
Francisco Antônio Rabelo
 Neto Camorim
Goreth Pimentel

Entrega por Conselheiros e Convidado
Luiz Ruben Bonfim
Paulo Afonso-BA
Manoel Serafim
Floresta-PE
Professor Pereira
Cajazeiras-PB
Rangel Alves da Costa
Poço Redondo-SE
Jorge Figueiredo
Grupo Sertão Nordestino

20h10min -  Comenda a Antônio Vicente Mendes Maciel
Em Memória - "Personalidade Eterna do Sertão"
Roberto Maciel
Por Personalidades
Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros
Rio de Janeiro-RJ
Mucio Procópio Araujo
Natal-RN

20h20min - Entrega de Comendas às Instituições
"Equipamento Imprescindível
 à Memória e Cultura do Sertão"
IPHANAC
AQUILETRAS
ESCOLA HUMBERTO BEZERRA
ESCOLA JOSÉ ALVES DA SILVEIRA
Por Conselheiros:
Elane e Archimedes Marques
Aracaju-SE
Aderbal Nogueira
Fortaleza-CE
Cristina Couto
Lavras da Mangabeira-CE
Ana Lúcia Souza
Petrolina-PE

20h30min - Entrega da Premiação do Concurso
"Antônio o Conselheiro do Brasil"
das Escolas de Quixeramobim
Homenagem Póstuma a Marcílio Maciel
Sérgio Machado
Fundação Canudos
Terezinha Oliveira
AQUILetras
Linda Lemos | Academia de Letras Juvenal Galeno
Paulo Roberto Neves | ACLA - Academia Ciências ,Letras e Artes Columinjuba



 20h40min - Conferência de Abertura
"Igreja e República Frente ao Mundo Beato
O Martírio de Antonio Conselheiro"
 Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros
Rio de Janeiro-RJ 

21h45min - Coquetel de Abertura
Apresentação
Quirino Silva e Célia Maria
João Pessoa-PB


SÁBADO
Dia 25 de Maio de 2019

8h30min - Saída para Visita Técnica

9h - Fazenda e Vila da Canafístula Velha

9h10min - Descerramento de Quadro Comemorativo à Memória de
Dona Marica Lessa - Guidinha do Poço
Capela da Sagrada Família
Manoel Severo | Fortaleza-CE
Bruno Paulino | Quixeramobim-CE
Rodrigo Honorato | Exu-PE

10h15min - Apresentação
"O Rabicho da Geralda"
Francine Maria
Ibiapina-CE

10h30min – Conferência
“O Sertão de Dona Guidinha”
Bruno Paulino | Quixeramobim-CE
Carlos Alberto | Natal-RN

Ilustração: ARIEVALDO VIANNA (Direitos Reservados)

11h30min – Lançamento do livro
“Os Milagres de Antônio Conselheiro”
Arievaldo Viana | Fortaleza-CE
Bruno Paulino | Quixeramobim-CE

12h00min - Lançamento
"Dona Marica Lessa"
Paulo de Tarso, o Poeta de Tauá | Tauá-CE

13h - Almoço Literário na Fazenda Barro Doce
Forró Pé de Serra
Cecília do Acordeon e Artistas da Terra

13h45min - Roda de Conversa
Facilitadores
Pedro Igor e Manoel Severo
O
“O que ficou de Antônio Conselheiro
e Canudos no Imaginário Popular de Quixeramobim”
Goreth Pimentel
Quixeramobim-CE
“Os Caminhos de Conselheiro”
Neto Camorim
Quixeramobim-CE
"Santo Antônio dos Mares e o Rio Grande do Norte"
João da Mata Costa
Natal-RN

16h – Visita ao Salva Vidas
Capela de Nossa Senhora das Graças

16h15min - Apresentação
"Antonio Conselheiro"
Francine Maria
Ibiapina-CE
 
 "A História de Antônio Conselheiro"
Geraldo Amâncio
Fortaleza-CE
                                       
Lançamento
“O Cinema dos Fósseis”
Alan Mendonça
Fortaleza-CE

NOITE

21h30min

Programação Sugerida
Show Musical na Ponte Metálica
Country Bar
David Einstein



DOMINGO
Dia 26 de Maio de 2019

8h30min - Conferência de Encerramento
Hotel Veredas
"Antônio Vicente Mendes Maciel: O Homem, O Mito”
Múcio Procópio
Natal-RN

9h10min - Lançamento
"Luiz Gonzaga nos Carnavais"
Coronel Marcelo Leal
Fortaleza-CE

9h40min - Saída para Caminhada
Roteiro Histórico de Quixeramobim
Bruno Paulino
Ciro Barbosa
Beto Camurim

Casa de Dona Marica Lessa – Guidinha do Poço
Casa de Antônio Conselheiro
Casa de Manoel Bandeira
Casa de Câmara e Cadeia
Igreja Matriz de Santo Antônio

Cariri Cangaço Quixeramobim 2019

Realização
INSTITUTO CARIRI DO BRASIL
Co-realização
IPHANAC
Apoio
AQUILETRAS - ACADEMIA QUIXERAMOBIENSE DE LETRAS
FUNDAÇÃO CANUDOS
PREFEITURA MUNICIPAL DE QUIXERAMOBIM
CÂMARA MUNICIPAL DE QUIXERAMOBIM
SBEC- SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS DO CANGAÇO
GECC - GRUPO DE ESTUDOS DO CANGAÇO DO CEARÁ
GPEC-GRUPO PARAIBANO DE ESTUDOS DO CANGAÇO
ICC - INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI
INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO DO PAJEÚ
ACADEMIA LAVRENSE DE LETRAS
ACLA-ACADEMIA DE CIÊNCIAS LETRAS E ARTES DE COLUMINJUBA
SOCIEDADE CEARENSE DE GEOGRAFIA E HISTORIA
Mídia e Redes Sociais
GRUPO LAMPIÃO CANGAÇO E NORDESTE
GRUPO OFICIO DAS ESPINGARDAS
COMUNIDADE O CANGAÇO
GRUPO HISTORIOGRAFIA DO CANGAÇO
O CANGAÇO NA LITERATURA
GRUPO SERTÃO NORDESTINO
PROGRAMA RAÍZES DO SERTÃO
ODISSÉIA DO CANGAÇO
BLOG ACORDA CORDEL NA SALA DE AULA

Fonte: Cariri Cangaço | http://cariricangaco.blogspot.com/

CORDEL DE MORAES MOREIRA

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Foto: Divulgação

DÁ PARA VIVER SEM CULTURA?


O poeta José Walter Pires, meu confrade na Academia Brasileira de Literatura de Cordel – ABLC, acaba de me enviar um cordel de autoria do seu irmão MORAES MOREIRA, cantor e compositor dos mais inspirados, que há algum tempo se enveredou também pelo universo do CORDEL.

Eis abaixo, o poema com o qual Moraes Moreira faz o seu protesto criativo, consciente e sobretudo cultural, contra os que atentam contra a cultura brasileira em geral, sobretudo porque a desconhecem ou não foram capazes se irem além da mesquinhez e probreza dos seus próprios conhecimentos.  Moares, com o seu estilo fenuíno de compositor, poeta e cordelista, esgrime com a costumeira maestria os seus versos, numa mistura de música e poesia, para brindar mais uma vez o seu velho/novo e fiel público nas apresentações pelos palcos artísiticos do Brasil, em especial na casa do nosso poeta maior, O Teatro Castro Alves, onde a sua estrela sempre brilhou. Já o disse e repito que não sou suspeito nada, quando falo a respeito dele, em especial porque, modesto, sempre submete as suas criações ao velho mano, antes de divulgá-las na mídia. Fico feliz e agradecido, antecipando a alegria do noso encontro, na próxima sexta-feira, com a declamação deste belo poema. Vamos, pois, ao Castro Alves! 

DÁ PRA VIVER SEM CULTURA?
.
Sem alma, corpo é cadaver;
Sem corpo, alma é fantasma.
Ah, como é triste se ater
Com quem não se entusiasma!
Prefiro uma sepultura
Do que viver sem cultura,
Onde a matéria não plasma.
.
A história da humanidade
Jamais se escreveu sem arte;
Em toda e qualquer idade
O grande artista fez parte,
Eternizando  momentos,
Verdadeiros monumentos,
Em várias formas, destarte.
.
E quem é que não precisa
Dessas ricas referências?
O sorrir de “Mona Lisa”,
Entre outras aparências,
A beleza foi pintada;
Van Gogh  - “Noite Estrelada”
A despertar consciências.
.
Veja bem como se trata
O traço do grande esteta:
Composição abstrata
A sua obra é completa;
Quão genial é seu toque,
O americano Pollock,
Pintando, era um poeta.
.
Apresentou seu talento
No mundo da lua, o artista!
Ali, naquele momento,
Era ele o impressionista..
Vou olhar de pincenê
O trabalho de Monet,
Que vai encher minha vista.  
.
Do amor se fez o tesouro!
Dei nota dez e dou vinte,
Pintado em folha de ouro
Assim foi o “Beijo” de  Klimt,
Tela que pegou na veia,
Foi ela, - “A Última Ceia”
De Leonardo da Vinci.
.
 Não demorou muitas horas
O mestre, pra dar ouvidos:
Senhores e minhas senhoras!
Os relógios derretidos,
O Salvador, desses ismos,
Formigas, surrealismos,
Dali, dos tempos vividos.
.
Tema: “Bombardeamento”
Traz a tristeza no traço;
Tem um arrebatamento
Que leva a gente ao abraço.
A vida significa,
Admirando “Guernica”
Do grande Pablo Picasso!
.
Michelangelo pintou
No céu, “Capela Sistsina”
O que Papa encomendou     
Aquilo que o mestre ensina,
Em suas visões idílicas,
Mostrou-nos passagens bíblicas,
Que a gente nem imagina.
.
As obras primas são tantas,
Só acha quem as procura.
Ó gênios, como me encantas
Com a divina loucura! 
Meu povo, vai, não vacila!       
“Abaporu” de Tarsila!   
Dá pra viver sem cultura?
.

Moraes Moreira 22 de abril 2019

DUPLO LANÇAMENTO

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Poetas Arievaldo Vianna e Bruno Paulino lançam cordel sobre os milagres de Antônio Conselheiro

Por Diego Barbosa


Ilustração de Arievaldo Vianna para o livro de sua autoria e Bruno Paulino

Lançamento acontece nesta sexta-feira (10), na Livraria Lamarca; na ocasião, Bruno Paulino também lança, de forma individual, outra obra

Das memórias que Arievaldo Vianna carrega consigo da época de infância, aquelas relacionadas às caminhadas com a avó Alzira são ternas e ultrapassam o componente afetivo: remontam a conhecimentos importantes, adquiridos à boca pequena. Ao visitar o município de Quixeramobim, ela fazia questão de mostrar ao neto os lugares históricos e relembrava episódios de seus antepassados.
Um desses saberes, que o poeta batizou em livro de "Lições informais de história", diz respeito à casa de Antônio Conselheiro e o sobrado onde ainda funciona a Câmara Municipal da cidade. Falando-se propriamente do antigo lar do líder do movimento messiânico que reuniu milhares de sertanejos no arraial de Canudos, no Nordeste da Bahia - para resistir às tropas do Governo Federal, em novembro de 1896 -, o escritor recorda ter iniciado, ali, uma relação de estreitamento com a figura do histórico e relevante personagem.
"Eu nasci no sertão Central, na divisa de Quixeramobim com Canindé, onde hoje é Madalena. E, desde pequeno, o Conselheiro foi um personagem que me fascinou. Mas eu nunca tinha feito nada em cordel a respeito dele", explica Arievaldo.
A nova empreitada do poeta, realizada com outro autor quixeramobinense, Bruno Paulino, dá um basta a esse hiato. "Os milagres de Antônio Conselheiro" traduz, nas celebradas rimas da cultura popular, os feitos mágicos do "peregrino", como ele se autodenominava. A obra será lançada nesta sexta-feira (10), às 19h, na Livraria Lamarca. Na sequência, um bate-papo com os autores terá mediação de Zeca Lemos, representante da nova safra de escritores da cidade.
Na ocasião, Bruno Paulino também lançará, de forma individual, seu quinto livro, "Ofertório dos Pássaros", estreia solo no gênero poesia.

Memória

Com prefácio assinado pelo jornalista e pesquisador Gilmar de Carvalho e ilustrações de Arievaldo Vianna e Jô Oliveira, o cordel começou a ter seu projeto modelado há cerca de dois anos, quando uma iniciativa do Sesc-Ler convidou os autores para ministrar oficinas sobre o tema, ampliando perspectivas.
Segundo Arievaldo, "Canudos nem existia quando ele fez o primeiro milagre. Chegou em Monte Santo, onde havia uma seca muito grande, pediu para pregar e traçou uma cruz na parede da Igreja com o cajado. Começou a pingar água do teto do templo naquele mesmo momento". Com criatividade, o feito é narrado no cordel, aliado a outros tantos.


Poetas quixeramobinenses, Bruno Paulino e Arievaldo Vianna iniciaram o projeto de "Os milagres de Antônio Conselheiro" a partir de oficinas organizadas pelo Sesc-Ler
Foto: Tarcísio Filho
Bruno Paulino ressalta ainda que a obra teve como base capítulos do livro "O Capitão Jagunço" (1946), do escritor Paulo Dantas. "Claro que recorremos a outras fontes, como Euclides da Cunha, Ariano Suassuna e José Calazans, pois nossa intenção era também evocar outros aspectos da mística do Beato, como a pregação apocalíptica e o Sebastianismo latente em Canudos", detalha.
Perguntado sobre a relevância de as pessoas ainda hoje se debruçarem sobre a personalidade de Antônio Conselheiro, Arievaldo não titubeia:

"Hoje, mais do que nunca, sua figura é importante para mostrar às pessoas que, por mais humildes que sejam, elas são capazes de uma reação, de se insurgir contra um sistema que está oprimindo, massacrando, retirando direitos, tirando a liberdade, privando das coisas mais elementares".

Divino mistério
Por sua vez, "Ofertório dos pássaros" reúne poesias de Bruno Paulino gestadas sobretudo no último ano. "Dei um conceito à obra de celebração do divino mistério, que é a própria ideia que tenho de poesia, e que também é o mesmo sentido místico da missa", considera. "Por isso a divisão do livro em duas partes do rito religioso: homilia sombria dos dias e ofertório dos pássaros".
O exemplar, de acordo com o poeta, também vai ao encontro de confrontar o que observamos atualmente no Brasil a nível político e social. "No livro, deixo claro que essa é a razão existencial do poeta: ofertar pássaros como resistência, apesar do tempo sombrio". É ler para conferir.

Serviço
Lançamento dos livros “Os milagres de Antônio Conselheiro” e “Ofertório dos Pássaros” e bate-papo com autores. Nesta sexta-feira (10), às 19h, na Livraria Lamarca (Avenida da Universidade, 2475, Benfica). Entrada gratuita. Contato: Facebook da livraria


Os Milagres de Antônio Conselheiro
Arievaldo Vianna e Bruno Paulino
Independente
2019, 46 páginas
R$ 15


Ofertório dos Pássaros
Bruno Paulino
Luazul Edições
2019, 78 páginas
R$ 25


NOTÍCIAS DA ABLC

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Rosilene Melo, de Campina Grande, é pesquisadora de Literatura de Cordel no Brasil já 30 anos — Foto: Reprodução/TV Paraíba

Professora da UFCG é primeira mulher paraibana na Academia Brasileira de Literatura de Cordel

Rosilene Alves de Meloé professora no campus da UFCG em Cajazeiras, no Sertão. Pesquisadora há 30 anos, ela vai ocupar cadeira pertencente ao folclorista Câmara Cascudo, destinada àqueles que contribuem para a pesquisa e difusão do cordel no Brasil.


Uma professora da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) é a primeira mulher paraibana a ocupar uma cadeira da Academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC). Campinense e professora de história no campus da UFCG em Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, Rosilene Alves de Melo é pesquisadora da literatura de cordel há 30 anos.
A posse da pesquisadora, que aconteceria nesta quarta-feira (15), na sede da ABLC, no Rio de Janeiro, foi adiada devido à paralisação nacional nas instituições públicas de ensino no país. Segundo Rosilene, a nova data de posse está para ser marcada. Na Academia, a professora ocupará a cadeira pertencente ao folclorista Câmara Cascudo, destinada àqueles que contribuem para a pesquisa e difusão do cordel no Brasil.
 “A academia congrega não só poetas, mas os pesquisadores também, que tem um trabalho importante desde o século XIX de promover essa literatura, então eu acho necessário essa aproximação e esse reconhecimento também de vários pesquisadores”, explica Rosilene.
No ano passado, Rosilene Alves redigiu o dossiê de registro da Literatura de Cordel como Patrimônio Cultural do Brasil, tendo coordenado a equipe de pesquisadores do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) que realizou o inventário do cordel brasileiro.

Envolvimento com a ABLC
O envolvimento da paraibana com a Academia Brasileira de Literatura de Cordel teve início em 2010, quando a professora começou a participar dos trabalhos de registro da Literatura de Cordel como Patrimônio Cultural do Brasil.
 “Eu conheci o poeta Gonçalo Ferreira da Silva, que é o presidente da Academia e vários acadêmicos, então foram oito anos de convivência, muito próxima com eles, e agora eu recebi dos poetas essa honra, e eu recebo com muita humildade e muita gratidão, afinal de contas eu não sou poeta, eu sou uma pesquisadora, mas é um reconhecimento pelo nosso trabalho, pela nossa dedicação”, frisa a professora.

Paixão pela Literatura de Cordel
A pesquisadora conta que a paixão pelo cordel começou em um sítio em Queimadas, no Agreste da Paraíba, onde o avô dela morava. “Lá eu escutava muita cantoria, depois, na adolescência, eu participei de alguns festivais de violeiros, assisti os festivais que aconteciam na AABB, no bairro São José, em Campina Grande, e quando eu fui pra UFCG, como aluna do curso de história, eu comecei a pesquisar literatura de cordel, e agora já são 30 anos de pesquisa”.
Autora de diversos estudos e projetos de fomento ao cordel, a professora é autora do livro Arcanos do Verso: trajetórias da literatura de cordel. “Esse é um trabalho que eu fiz sobre uma editora de cordel lá da cidade de Juazeiro do Norte, da Tipografia São Francisco, que foi uma das editoras mais importantes dedicadas exclusivamente à produção do folheto de cordel no Brasil”.




Feira do Livro de Limoeiro do Norte

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VI FEIRA DO LIVRO DE LIMOEIRO DO NORTE

Dias 06, 07 e 08 de Junho de 2019

Lançamento do livro OS MILAGRES DE ANTONIO CONSELHEIRO, de Arievaldo Vianna e Bruno Paulino. Dia 07 de junho (sexta) às 20 horas.



Feira do Livro de Limoeiro do Norte 
chega à 6ª edição

 Por Oswaldo Scaliotti em Eventos (Tribuna do Ceará)

Como parte da programação do evento, que acontece de 6 a 8 de junho na Praça da Matriz, é realizada no Auditório do NIT a VI Jornada das Letras

Está chegando a hora do maior evento literário da região do Vale do Jaguaribe, no Ceará. De 6 a 8 de junho acontece a VI Feira do Livro de Limoeiro do Norte, evento que se consolida a cada ano por enaltecer a vocação da cidade para as letras, estimulando a leitura e a produção literária. São três dias festivos congregando romancistas, contistas, cordelistas, autores e leitores, professores e estudantes, pessoas de todas as idades que compartilham do prazer da leitura e do reconhecimento da importância do livro na formação de todo cidadão.
A Praça José Osterne (Praça da Matriz), no Centro da cidade, é palco de boa parte da programação com recitais, apresentações musicais e teatrais, oficinas, lançamentos de livros e da feira propriamente dita, com estandes de editoras e autores.
No Auditório do NIT acontece no dia 7 a VI Jornada das Letras, que integra a programação da Feira do Livro com Roda de Conversa reunindo professores e escritores.
A VI Feira do Livro de Limoeiro do Norte é uma realização do Instituto Brasil de Dentro, com apoio da Prefeitura de Limoeiro do Norte e do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria da Cultura. Apoio: FAFIDAM/UECE, Unimed e Auri Transp. Agradecimento: Enel.
SERVIÇO
VI Feira do Livro de Limoeiro do Norte – De 6 a 8 de junho de 2019 em Limoeiro do Norte – Ceará. Programação nos três dias na Praça José Osterne (Praça da Matriz, Centro) e no dia 7 também no Auditório do NIT (Rua Cônego Bessa, 2381, Centro) local da VI Jornada das Letras. Informações: (88) 99661-0512. Facebook: feiradolivrodelimoeirodonorte



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